Praticar uma
nova atividade exige sempre um preparo. Há esportes que podem demandar maior
esforço muscular, equilíbrio, técnica, acessórios adequados. Há os que também
necessitam de grande atenção com a segurança. O ciclismo é um destes. Praticar
exercícios com bicicleta envolve riscos, principalmente em áreas urbanas, e
muito se discute a relevância do uso de equipamentos.
O debate
ganhou contornos polêmicos quando, em 2014, o ciclista britânico Chris
Boardman, medalhista olímpico, recusou-se a utilizar o capacete durante um
programa da BBC sobre segurança no ciclismo. O motivo? Pois “isso desencoraja
as pessoas a andar de bicicleta” e porque pedalar oferece tantos riscos quanto
caminhar na rua. Obviamente, a questão levantou opiniões controversas mundo afora.
Mas, afinal, o uso de capacete é ou não dispensável?
O capacete
faz parte de uma gama de equipamentos e recomendações bastante difundidos no
ciclismo. Por exemplo, é aconselhado que se use roupas claras ou chamativas
durante o passeio, para que motoristas possam discernir o ciclista do ambiente
urbano, geralmente escuro. Outras orientações e advertências, entretanto, não
tiveram tanta atração dos praticantes. O espelho retrovisor do lado esquerdo, o
pisca traseiro e o farol dianteiro são menos vistos entre os ciclistas.
A
argumentação de Boardman é justamente essa. O campeão olímpico acredita que a
adição de mais um item obrigatório à atividade afastaria as pessoas. A não
recomendação do uso do capacete é para quebrar a distância entre o potencial
ciclista e o atleta regular. Boardman diz que quanto mais pessoas pedalando,
mais seguras estarão, já que “muitas vidas serão salvas dentre as 37 mil
pessoas que morrem anualmente por doenças causadas pela obesidade”. Isso não é
nada consensual entre os ciclistas.
Everton
Douglas da Silva, professor do Projeto Pedal Consciente (uma idealização da
Associação Sancarlense de Ciclismo), discorda do britânico. Para Ton, como ele
é conhecido, o ciclismo é um esporte de muitas lesões graves e o capacete é
indispensável. Além do mais, a recomendação de muitos acessórios e equipamentos
estaria longe de ser um empecilho para o não-ciclista. Ton diz que “o que pode
desencorajar é a dificuldade de circular em um trânsito movimentado, inadequado
ao uso de bicicleta”.
Para o sancarlense,
o medo de ser atropelado é ainda a maior obstrução para iniciantes e
praticantes, principalmente quando uma via não está apropriada para receber
bicicletas. E essa opinião é bem fundamentada: segundo dados da Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, 35 ciclistas morreram atropelados no
ano de 2013 na capital paulista. Felizmente, o número é cada vez menor. Houve
uma queda de 62,4% desde 2005, quando 93 ciclistas faleceram em acidentes. Mas
a segurança não é o único fator que inibe a iniciativa ao ciclismo. “A taxa de
imposto na fabricação das bicicletas é algo em torno de 70% e isso desmotiva o
praticante a ter um equipamento mais sofisticado, com mais conforto e
eficiência”, argumenta o professor.
No Código de
Trânsito Brasileiro, o capacete não é um equipamento obrigatório – e nem mesmo
mencionado no artigo 105. A justificativa é que não há como fiscalizá-lo.
Entretanto, o item aparece em praticamente todas as listas de equipamentos
recomendados para o ciclismo, geralmente elaboradas por veículos e blogs dessa
área. Apesar de toda a experiência no esporte, Ton é um dos que encontram
dificuldades em seu uso. “Como atleta digo que é desconfortável”, confessa, ao
lembrar que o campo de visão periférico é prejudicado e que às vezes treina sem
capacete. “Mas como técnico de ciclismo digo que é regra. Os acidentes de
bicicleta possuem alta incidência e os tombos existem. As bikes só
têm duas rodas, então elas vão cair, uma hora ou outra”, alerta.
O capacete
pode não ser o acessório mais confortável para a prática do ciclismo e
encontrar bastante resistência, até mesmo de experientes praticantes. Seu uso,
entretanto, tem de ser levado a sério. Não dá para mensurar quantas pessoas já
tiveram a vida salva por usarem o equipamento, mas pode acontecer com qualquer
um. Contudo, também não se pode dizer que é um item indispensável, embora seja
tão mais importante quanto maiores forem os riscos da atividade, principalmente
corridas em alta velocidade.
Se sua
obrigatoriedade é ainda um mito, o mesmo não se deve dizer da relevância do
ciclismo. Afinal, apesar de o capacete não fazer mal nenhum, o ato de pedalar,
com ou sem ele, é ainda uma das atividades mais saudáveis de todas.
Conheça
nossa linha de ciclismo e se proteja ao praticar este esporte maravilhoso:
http://italiaricambi.com.br/esporte-e-fitness/ESPORTE-E-FITNESS-CICLISMO
No
Blog do Italia Ricambi você fica sempre muito bem informado! Contribua com
nosso blog enviando suas dúvidas ou conteúdo que tem interesse em conhecer!
Visite
também nosso site www.italiaricambi.com.br e mantenha seu carro
sempre com a manutenção em dia!
Equipe ITALIA RICAMBI
www.italiaricambi.com.br